quarta-feira, maio 24, 2006

dois textos do nominimo de hj. que me chamaram a atenção por motivos aparentemente diferentes, mas que acabam falando sobre a mesma coisa.

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Astronauta macunaíma

Não passou nem um mês da volta de sua odisséia no espaço… e o primeiro astronauta brasileiro, o tenente-coronel Marcos Pontes, pediu para entrar para a reserva. Além de se aposentar com o salário integral (R$ 5 mil líquidos), o que ele ganha com isso? Agora poderá cobrar por palestras. Detalhe: Pontes tem apenas 43 anos. Mais um detalhes: a missão custou US$ 10 milhões ao Brasil.

De acordo com reportagem do “Estadão”, a decisão pegou muito mal na Agência Espacial Brasileira (AEB) e no Ministério da Ciência e Tecnologia. Eles imaginavam – como todos os que têm bom senso – que, além de atuar como garoto propaganda do programa espacial, Pontes poderia trabalhar na formação de novos astronautas. Vai nada. Vai trabalhar em proveito próprio. No seu site, existe um ícone só para contratá-lo para palestras. É bom lembrar que, antes da viagem, surgiram denúncias de que Marcos Pontes lucraria com a venda de lembranças com seu nome e com a realização de palestras – o que é proibido pelo Código Militar. Fora da Aeronáutica não haverá esse problema. Ele deixa de ser um astronauta e passa a ser um turista espacial – financiado com dinheiro público.

Em entrevista ao “Estadão”, o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ennio Candotti, que sempre criticou a missão do astronauta, reagiu com ironia ao afastamento de Pontes. “Agora ele deve vender bonequinhos”, afirmou.

Quantos bonequinhos Marcos Pontes precisaria vender para ressarcir aos cofres públicos os US$ 10 milhões gastos no seu passeio pelo espaço?

Publicado por Luiz Antonio Ryff - 24/05/06 11:38 AM

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Porque ele queria

Andrew Martinez era um sujeito pacato, mas excelente aluno – de matemática a história – e ótimo atleta. Não à toa passou para a Universidade da Califórnia em Berkeley, em 1992, uma das melhores escolas dos EUA.

Era um não conformista bem-humorado também: e decidiu andar nu pelo campus. Berkeley não é qualquer escola, é a mais aberta e tolerante do país. Então quase deu certo. Martinez andava nu, um dia o prenderam – foi à Justiça e ganhou o direito, outros estudantes fizeram um protesto no gramado.

A coisa azedou quando a universidade achou que um limite estava realmente sendo ultrapassado ali. Baixou um estatuto para deixar claro que nudez não era permitida. Martinez não se vestiu, foi expulso.

Continuou na prática de judô, trabalhou num livro.

O resto de sua vida não foi boa: internaram-no em clínicas para doentes mentais, entupido de remédios, envolveu-se em brigas, foi preso. Suicidou-se segunda-feira, na cadeia, com uma sacola plástica enrolada à cabeça.

Nunca nenhum médico conseguiu dar um diagnóstico exato de qual era sua doença, quais os sintomas. Talvez fosse apenas um não conformista.

Os amigos dizem que era boa praça. via Sexoteric

Publicado por Pedro Doria - 23/05/06 7:24 PM


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