terça-feira, abril 27, 2010

TO INFINITY AND BEYOND

Uma das coisas mais legais de um evento como o Interminas é que a gente acaba se deparando com visões (de mundo, de negócios) diversas das nossas. E como não é possível – ainda – fechar os ouvidos, mesmo que você fique tuitando sobre o sapato do palestrante, ALGUMA coisa do que ele falou vai acabar entrando na sua cabeça. E então, depois de 7 ou 8h de palestras, o que ficou? Valeu a pena?


Pensando em tudo que eu vi/ouvi/percebi, tenho vontade de fazer algumas perguntas a cada um que esteve lá: “Por que você está nessa de internets? Por que você quer fazer diferença? É uma questão de ego ou você quer tornar o mundo um lugar mais gostoso?”.


Não é novidade nenhuma falar que qualidade vale mais que quantidade. Desde muito novinha eu escuto isso e acredito que não seja muito diferente com a maioria das pessoas. Só que no nosso cotidiano só nos cobram números: na faculdade você só se forma se tiver uma nota acima de X e pelo menos Y% de freqüência. No trabalho você tem que cumprir 8h diárias. E o cliente quer saber quantas pessoas falaram dele no Twitter, quantas clicaram em tal link e por aí vai. Sabemos que não são esses números que vão medir a satisfação das pessoas. O que importa de verdade é O QUE elas dizem, mas parece que nem todo mundo percebeu isso. Temos que educar nossos clientes, mostrar que aquele monte de números não significa nada: “Falem mal, mas falem de mim” é uma coisa TÃO século XX...


... Mas é tão fácil a gente se deixar levar pelo caminho mais curto, óbvio e superficial. O Homem-Aranha é muito mais divertido que a Princesa Leia – você realmente levou em consideração todos os aspectos de cada personagem que o Simon mostrou? Como já foi dito em outro evento, “Cuidado com o hype”! Não vai ser fácil apresentar esse novo mundo aos nossos clientes e mostrar a eles que o melhor caminho é também o mais difícil. Vamos precisar de profundidade, de ir além do que se vê.


No segundo semestre nós vamos participar das movimentações das eleições. Muitos dos que estavam no Interminas no sábado vão estar ligados diretamente às campanhas e terão a faca e o queijo nas mãos para colocar em prática o discurso da qualidade, mesmo sabendo que a eleição é um processo quantitativo. Por mais que a legislação brasileira esteja confusa e atrasada diante dos recursos tecnológicos, não é legal (sem trocadilho!) procurar brechas ou tirar vantagem da lentidão dos julgamentos e dos valores baixos – se comparados ao orçamento de uma campanha – das multas previstas. É claro que é possível alcançar bons resultados agindo com ética e fazendo um trabalho que realmente valha a pena. Não é moralismo, é papo sério: Vamos deixar os barracos e o jogo sujo para o BBB.


Não é uma eleição que vai resolver todos os problemas dos Estados ou do país. Mas a mudança na forma de agir dos envolvidos pode se refletir, aos poucos, em cada pessoa. Nós somos animais e aprendemos pela imitação. Que tal mudarmos nossa atitude nas eleições, com os nossos clientes, e mesmo no nosso dia-a-dia ao invés de ficarmos esperando os outros mudarem? Pode parecer utópico, mas se cada um que fizer isso estimular outras [nem que sejam seus seguidores no Twitter] a fazerem o mesmo, aos poucos tudo pode melhorar. Quem tem consciência desse poder tem a obrigação de tentar mudar as coisas. E isso não tem nada a ver com a internet. Como dizia o @dpadua, “Tecnologia é mato, o importante são as pessoas”.


:)