Receita para fazer um herói
Reinaldo Ferreira
Tome-se um homem,
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim.
Serve-se morto.
Reinaldo Ferreira
Tome-se um homem,
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim.
Serve-se morto.
Segundo esse link, Edgard Scandurra foi apresentado a esse poema por um colega de exército, (o soldado Esteves) que disse tê-lo escrito. A letra foi um pouco modificada e a banda a gravou em 1988, no álbum Psicoacústico. Só depois do lançamento do disco descobriu-se que era um poema de Reinaldo Ferreira.
A versão gravada:
A versão gravada:
Receita para se fazer um herói
Toma-se um homem
Feito de nada como nós
Em tamanho natural
Embebece-lhe a carne
De um jeito irracional
Como a fome, como o ódio
Depois perto do fim
Levanta-se o pendão
E toca-se o clarim...
Serve-se morto
Feito de nada como nós
Em tamanho natural
Embebece-lhe a carne
De um jeito irracional
Como a fome, como o ódio
Depois perto do fim
Levanta-se o pendão
E toca-se o clarim...
Serve-se morto
2 comentários:
adoro a versão gravada e adoro o disco Psicoacústico. e os óculos que vinha com ele.
Opa, esse poema é do poeta Cassiano Ricardo !
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